Resident Evil 6 não dá medo, mas empolga












Desde o lançamento do primeiro Resident Evil em 1996, a franquia tem mudado bastante a cada novo jogo. Nos últimos anos, ela tem se distanciado um pouco mais de suas origens, oferecendo um clima inédito à história. Resident Evil 6, título mais recente da série, não escapa à regra, apostando não apenas em uma história dividida e mais bem estruturada, mas também em uma jogabilidade mais intensa e repleta de ação - sendo esse o jogo mais cinematográfico de toda a série.
O jogo começa com o personagem Leon S. Kennedy em uma cena em primeira pessoa, em meio ao caos de uma cidade chinesa. Essa primeira parte serve como uma introdução às novas mecânicas do game, guiando o jogador por um simples (mas detalhado) tutorial conforme ele vai progredindo na história.
Ao fim dessa “apresentação”, é possível escolher entre as primeiras 3 campanhas disponíveis (Leon, Chris e Jake), com 2 personagens disponíveis em cada. Completando essas 3 rotas, uma quarta é habilitada, possibilitando o jogo com a espiã Ada Wong. Trata-se de uma impressionante marca de 4 histórias paralelas, que mostram diferentes pontos de vista centrados na mesma trama e precisam ser vistas para entender a história como um todo.
Ao investir em diferentes personagens, a Capcom tentou diferenciar a dinâmica e jogabilidade para cada rota, mas isso acabou criando certos “exageros”. A história de Leon é a que mais se aproxima da raiz da série, com mortos-vivos como inimigos, e armas biológicas mais assustadoras. No caso de Chris e Jake, os adversários se parecem muito mais com humanos, sendo capazes de usar armas de fogo (como já apresentado em Resident Evil 4 e 5) e lutando em cenários que são, nitidamente, um campo de batalha. É impossível não fazer comparações com jogos como Gears of War, que seguem premissa muito similar.
Particularidades do título
Pareceu clara a necessidade da Capcom em criar uma atmosfera mais tensa. Para isso, foram introduzidas diversas situações com um grande número de infectados que aparecem, forçando o jogador a tentar se defender até que surja uma saída. Isso acaba criando apenas uma leve sensação de pânico que passa conforme este mesmo evento se repete por diversas outras partes do jogo.
A inteligência artificial presente em Resident Evil 6 não é ruim. Os inimigos dificilmente ficam presos ou não apresentam reação. É comum que persigam o jogador para onde for e alternem ataques de acordo com a situação do alvo. No entanto, o padrão de ataque dos "chefes" dificilmente muda, tornando-os previsíveis depois de alguns minutos.
Os gráficos impressionam desde o começo, mas com algumas ressalvas. Os rostos dos personagens correspondem muito bem às situações, com partículas de sujeira e boa sincronização da dublagem com os movimentos faciais em “cutscenes”. Mas, infelizmente, o mesmo não se aplica a diálogos em meio ao jogo. Mesmo objetos menos visíveis são nitidamente pixelados e tem aparência 2D. Isso é contornado graças ao bom jogo de luz e sombras, que cria um ar realista e deixa mais difícil a apreciação detalhada em ambientes muito escuros.
A jogabilidade lembra muito a de Resident Evil 5, mas com algumas mudanças positivas - e outras nem tanto. Agora é possível andar e atirar ao mesmo tempo. Isso torna a mira um pouco mais realista, ao não ficar estática em um ponto. Também há o coice das armas, ao qual os usuários devem se adaptar para ter maior precisão nos tiros.
A movimentação também está mais livre e real, com o personagem podendo correr, aplicar golpes, deslizar pelo chão e até atirar deitado, economizando o tempo de levantar. Ainda assim, a conjugação entre ataques e armas de fogo não parecem ter sido bem revisadas, sendo bem mais vantajoso no início atacar inimigos com golpes corpo-a-corpo (mesmo considerando o limite de resistência), já que é necessária quantidade abusiva de munição para vários tipos de adversários.
O uso das famosas ervas de Resident Evil também mudou substancialmente neste jogo. Utilizadas para curar personagens, as ervas vermelhas e verdes não criam mais um item quando combinadas que recupera toda energia, mas sim diversas pílulas que podem ser usadas em tempo real.
É provável que fãs mais antigos da franquia sintam bastante uma mudança em especial: todas as funcionalidades estão em tempo real. Não existe mais a "pausa" do jogo ao acessar o menu de itens para trocar armas e tudo deve ser feito rapidamente durante os confrontos. É recomendável que o jogador decore a ordem das armas e a maneira mais rápida de acessá-las, uma vez que não há atalhos configuráveis, como no título anterior.
Diferentes modos
Ao se iniciar uma partida (em qualquer nível), é possível configurar se outros jogadores poderão participar, além de filtrá-los por região e objetivos. Uma vez conectado ao jogo de outra pessoa, é possível sair da sessão a qualquer hora. Outras opções também são configuráveis ao inicio de cada jogo, como attack reaction (reação a ataques) e infinite ammo (munição infinita).
No modo Agent Hunt (liberado após a conclusão de uma das rotas), é possível entrar no jogo de outra pessoa como um dos monstros adversários. Isso deveria tornar a experiência única para ambos os lados, mas jogar como um inimigo chega a ser extremamente frustrante.
O jogador que topar isso se encontra em imensa desvantagem, com um personagem que se move lentamente e ações que chegam a demorar quase 2 segundos para serem executadas. É grande a chance de ser morto com apenas um ataque ao tentar executar o seu próprio.
Os controles também não ajudam, variando para cada tipo de infectado. O jogador pode sofrer até lançando um ataque simples, dependendo do personagem que pegar. Em geral, são personagens lentos e com péssima precisão.
A única coisa que pode incentivar alguém a jogar nesse modo é a possibilidade da melhora de algum atributo por meio da compra de habilidades, tais como vida, vigor (stamina), defesa e ataque. Isso pode equilibrar um pouco mais a partida. No entanto, você consegue os pontos jogando na campanha normal e não no próprio Agent Hunt.
Outro modo que já é amplamente conhecido por antigos jogadores da série é o Mercenaries, que não mudou muito. O objetivo continua o mesmo: matar o máximo de inimigos possíveis antes que o tempo se esgote, podendo aumentar esse número ao finalizar os infectados com golpes físicos e ao destruir “ampulhetas” espalhadas pelo estágio. É possível jogar sozinho e em dupla, seja online ou local com divisão de tela. Ao final da fase, o jogador consegue uma classificação de acordo com sua pontuação e desempenho geral na partida, que pode destravar novos níveis e outros personagens com suas armas específicas.
Novas perspectivas
Resident Evil 6 apostou na inovação, criando o jogo mais longo da série e com quatro histórias diferentes dentro do mesmo enredo. Nesse processo, não seguiu os conceitos originais da série - algo que pode desagradar fãs mais antigos, mas também criar apelo para um novo um público.
Apesar de não poder ser considerado um survival horror (gênero que definiu a série), esse novo título é um excelente jogo de ação, que pode render mais de 20 horas de entretenimento. Mas não espere nenhum susto ou terror psicológico.
Dos tempos passados, espere mais por algumas pequenas e sutis referências aos antigos jogos da série - como quando você está sendo devorado por um zumbi e olha para a tela, relembrando o primeiro encontro com um desses monstros no primeiro Resident Evil.
Aproveite e veja o video;;;;

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